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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Paulo Coelho no cinema só adaptado

Escritor membro da ABL e mundialmente consagrado diz ao Roteiro de Cinema que escrever para a tela não é a dele.

Em cartaz nos créditos do filme 'Veronika Decide Morrer' o escritor Paulo Coelho - respondendo à pergunta do Roteiro de Cinema - contou que apesar de ter recebido várias propostas, escrever para cinema não é a dele.

O filme estrelado por Sarah Michelle Gellar e roteirizado por Larry Gross & Roberta Hanley é a primeira versão cinematográfica relevante de um título do autor, mas ao contrário do livro, não foi muito bem recebido pelo público e pela crítica.

Essa não é a primeira vez que a personagem com tendências suicidas chamada Veronika ganha as telas. Uma adaptação japonesa de baixo orçamento - 'Veronika wa shinu koto ni shita' no título original - foi lançada no Japão em 2005. Escrito por Tomomi Tsutsui e com música de Andrea Morricone, o filme passou desapercebido pelo mercado internacional.

Pela recepção que o filme americano está tendo, também não é desta vez que a obra de Paulo Coelho ganha a mesma projeção no cinema que atinge nas livrarias. Em parte, isso se deve ao fato do autor relutar em vender os direitos de suas obras. Das 15 que escreveu, negociou apenas 3 delas: 'Veronika Decide Morrer', '11 Minutos' e ' O Alquimista'.


 
Para o ano que vem está previsto o lançamento de '11 Minutos', adaptado pelo roteirista brasileiro Marcos Bernstein e pelo diretor palestino Hany Abu-Assad. A produção terá locações no Brasil e em Gênova e será estrelada por Mickey Rourke, Vincent Cassel & Alice Braga.

Ainda em 2005 a imprensa divulgou que uma adaptação de 'O Alquimista' seria escrita, dirigida e estrelado por Laurence Fishburne, e seria filmada em Dubai e na Jordânia. Porém, a produção não engatou e Laurence Fishburne deixou o projeto. No momento os direitos se encontram com a empresa A-Mark Entertainment, e o projeto passou a ser produzido por Harvey Weinstein. Em Cannes, Paulo Coelho foi citado como tendo dito: "Se existe uma pessoa no mundo que pode fazer um filme de  'O Alquimista' é Harvey Weinstein. Tivemos uma conversa muito longa sobre como ele deve ser, e como ele não deve ser. Afinal é o filme dele. É o meu livro, mas é o filme dele."¹

Já 'A Bruxa de Portobello' foi usado como material para a competição de filmes para a web 'The Experimental Witch', realizada em 2008 pelo próprio Paulo, e que será lançado em forma de longa metragem em Outubro no Festival de Roma.

Na televisão brasileira, 'Brida' foi adaptado para o formato de novela por Jaime Camargo, Angélica Lopes & Sônia Mota em 1998, para a extinta Rede Manchete.

No cinema nacional, Paulo Coelho é creditado como argumentista e roteirista do musical de Pedro Carlos Rovai 'Amante Latino', de 1979, com Sidney Magal, mas diz que não participou do roteiro do filme: "Escrevi a sinopse. Leram, me agradeceram e fizeram o roteiro - sem ter muito a ver com a sinopse. Talvez tenham colocado o meu nome por gentileza."² Em teatro, além de ter sido ator nos anos 60, criou algumas peças de vanguarda de pouca expressividade.

Paulo Coelho é o primeiro autor de renome internacional a apoiar ativamente a distribuição on-line gratuita de sua obra. Alguns de seus livros podem ser lidos em 'pdf' no Site Oficial do autor, e várias versões piratas que circulam na web podem ser acessadas através da seção Pirate Coelho em seu blog.

O texto integral do livro 'Veronika Decide Morrer' pode ser lido aqui.

Fernando Marés de Souza
Roteiro de Cinema, roteirodecinema.com.br

Um comentário:

  1. Eu acho engraçada essa coisa das pessoas rotularem o filme de fulano ou sicrano.Como roteirista eu entendo que, ao contrário de um livro, um roteiro sem o filme não é nada.É como se fosse um segredo guardado na gaveta.E um filme por sua vez não é só do diretor. É um trabalho em equipe aonde existe sim a interdependência. E o produto final só fica bom quando houve uma interação entre toda a equipe. Dos atores, equipes técnicas, autores e diretores. Ao adaptar um texto de outra pessoa, infelizmente não tive a oportunidade de adaptar um livro inteiro, sempre me preocupo em não ferir a linha de pensamento do autor. Quando possível, prefiro debater alguns pontos com o mesmo antes de começar.Mas no caso do Paulo Coelho o rótulo vai ser sempre dele, ele é o rótulo :o)

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