Para quem leva a sério o ofício de contador de estórias - não só sobre cinema versa Mckee - o evento brasileiro do STORY SEMINAR é uma oportunidade imperdível para ouvir os ensinamentos do mestre de diversas gerações de roteiristas, dramaturgos, escritores, e autor da mais importante publicação sobre dramaturgia e narrativa audiovisual das últimas décadas: Story - Substância, Estrutura, Estilo e os Princípios da Escrita de Roteiro.
Robert Mckee ministra o seminário STORY diurante 4 dias intensos (15, 16, 17, 18 Maio 2010) no Teatro Das Artes (Shopping Eldorado: Av. Rebouças, 3970 – Pinheiros) em São Paulo, com tradução simultânea ao português. Alguns "pocket shows" - pequenos debates com o autor - também irão acontecer. Dia 11, a Academia Internacional de Cinema promove um deles.
Mckee convida o público brasileiro para ouvi-lo entre os dias 15 e 18 de maio em SP
No momento me encontro num quarto de hotel do bairro da Providencia, em Santiago do Chile, numa espécie de concentração para a maratona de teoria dramatúrgica audiovisual que começa amanhã no Teatro Nescafé, duas quadras daqui, na calle Manuel Montt. Não se enganem, os seminários de Mckee são verdadeiros "tours de force", pois mesmo sendo o palestrante um excelente showman, são 40 horas de bombardeio de informações e insights sobre a arte narrativa. E apesar de eu ser um "Mckeeniano" veterano, o GENRE SEMINAR apresentará um conteúdo novo, ao qual nunca tive acesso, com enfoque diferente dos cursos que fiz e dos livros que li.
Minha história com Mckee começa em 1999, quando ao revisar a lista dos títulos de livros de roteiro comprados na Amazon por usuários que lá chegavam através de meu site, Scripts on the Net, constatei que o mais vendido era um tal de "Story", que havia sido lançado dois anos antes. Pesquisando, descobri a figura e a obra de Mckee, e encomendei um exemplar. Ler o livro foi uma experiência iluminadora. Alguns anos depois, ajudei a lançar a versão brasileira de "Story", através da Arte & Letra, editora de minha família. O livro foi editado pelo meu primo Thiago Tizzot e traduzido pelo meu irmão Chico Marés.Depois de algumas tentativas frustradas, tive a oportunidade de participar do Seminário de Mckee, aqui mesmo em Santiago, e apesar de ser um profundo conhecedor da obra escrita, ouvir o mestre apresentar suas idéias foi fascinante. Hoje considero Mckee - ao lado do roteirista Tabajara Ruas e de meu pai Carlos Marés - uma das mais importantes influências em minha formação profissional.
Robert Mckee nasceu em Detroit, Michigan, em 1941. Começou no teatro com 9 anos, e quem tem o privilégio de assistir suas apresentações pode notar que a formação de ator muito contribui para o grande showman que se tornou. Cursou Literatura e Cinema na Universidade de Michigan, onde foi aluno de Kenneth Rowe, que forma com John Howard Lawson a dupla de teóricos que sedimenta o pensamento neo-aristotélico do autor.
No final dos anos 70, depois de uma longa carreira no teatro off-Broadway, Mckee chegou na California, onde começou a trabalhar exclusivamente com roteiros para cinema e TV, escrevendo para séries como Columbo e Kojak, e dando aulas na Universidade do Sul da California (USC). Em 1984 ele lançou o Story Seminar, que hoje contabiliza mais de 50,000 alunos, entre eles, figuras como Peter Jackson, William Goldman, e Julia Roberts, só pra citar alguns. Mckee ficou ainda mais famoso em 2002, quando foi retratado no longa "Adaptação", escrito por Charlie Kaufman, onde um roteirista, personagem de Nicolas Cage, vai ao Story Seminar e tem uma experiência transformadora ouvindo um Mckee interpretado por Brian Cox.
Brian Cox e Nicolas Cage retratam Kaufman e Mckee em Adaptação (2002)
Em janeiro de 2010, Mckee lançou o site Storylogue, que contem videos, lições, perguntas e respostas e uma rede social de roteiristas e escritores. Para o futuro próximo, prepara o lançamento de uma série de livros sobre gêneros cinematográficos, dos quais terei uma prévia no evento que começa amanhã aqui em Santiago.por Fernando Marés de Souza
de Santiago, no Chile
4.
CONTINUED:
KAUFMAN
(with studied modesty)
Oh, thank you.
Valerie absently rubs her nose. Kaufman self-consciously
rubs his nose in response.
VALERIE
And we're thrilled you're interested.
Valerie rubs her nose again. Kaufman pulls at his nostril.
A rivulet of sweat slides down his forehead. Valerie watches
it. Kaufman sees her watching it. She sees him seeing her
watching it. She looks at her salad. He quickly swabs.
KAUFMAN
Oh, thanks, wow. That's nice to hear.
VALERIE
You have a really unique voice.
KAUFMAN
Well, thanks. That's... I appreciate
that.
VALERIE
Very talented. Really.
KAUFMAN
Thanks. Thank you. Thanks.
VALERIE
(looking up)
So --
Kaufman's brow is dripping again. He smiles, embarrassed.
KAUFMAN
Sort of hot in here.
VALERIE
(kindly)
Yeah, it is a bit. So, why don't you
tell me your thoughts on this crazy
little project of ours.
In one motion, Kaufman swabs his forehead and pulls a book
entitled The Orchid Thief from his bag.
KAUFMAN
First, I think it's a great book.
(CONTINUED)
