Na edição do dia 04/01/2012 o Jornal Hoje da Rede Globo exibiu uma "reportagem investigativa" onde sob o pretexto de revelar "os riscos que os motoristas enfrentam", jornalistas armaram flagrantes preparados usando câmeras escondidas e exibiram as imagens dos manobristas que caíram nas armadilhas, sem ao menos proteger suas identidades, levantando sérias questões sobre a legitimidade e os limites éticos do jornalismo da maior emissora de televisão da América Latina.
A reportagem "Câmera do JH flagra manobristas vasculhando carros em São Paulo" apresentada por Evaristo Costa como "debate sobre os riscos que motoristas correm nas grandes cidades" e por Sandra Annenberg como "mostra do trabalho dos manobristas" são flagrantes preparados pelos jornalistas Walace Lara, William Santos, Robinson Cerântula, Carlos Rodrigues Junior, Juvenal Vieira e Patricia Marques, sob editoria de Teresa Garcia e Paulo Amaral. Devido aos métodos utilizados na reportagem, suponho que tenha sido aprovada pelos diretores de jornalismo da emissora Carlos Henrique Schroder e Ali Kamel.
Para preparar o flagrante os jornalistas colocaram deliberadamente no interior dos carros grandes valores em moedas e até doces como "tentação" (palavra usada na reportagem) para provocar e induzir os manobristas a um comportamento delituoso. Criaram um cenário artificial tentador que não corresponde à expectativa de um veículo comum que utiliza os serviços de estacionamento nas grande cidades, um cenário de causar tanto estranhamento que durante a reportagem os manobristas flagrados exclamam: "essa eu nunca vi não"; se espantam: "o carro aqui parece uma doceria"; e desconfiam: "tem câmera? têm ou não têm?".
Para preparar o flagrante os jornalistas colocaram deliberadamente no interior dos carros grandes valores em moedas e até doces como "tentação" (palavra usada na reportagem) para provocar e induzir os manobristas a um comportamento delituoso. Criaram um cenário artificial tentador que não corresponde à expectativa de um veículo comum que utiliza os serviços de estacionamento nas grande cidades, um cenário de causar tanto estranhamento que durante a reportagem os manobristas flagrados exclamam: "essa eu nunca vi não"; se espantam: "o carro aqui parece uma doceria"; e desconfiam: "tem câmera? têm ou não têm?".
O documento com os Princípios Editoriais das Organizações Globo diz o seguinte sobre o uso de câmeras escondidas, na seção II, ítem 2/J:
"O uso de microcâmeras e gravadores escondidos, visando à publicação de reportagens, é legítimo se este for o único método capaz de registrar condutas ilícitas, criminosas ou contrárias ao interesse público. Deve ser feito com parcimônia, e em casos de gravidade."
É flagrante que faltou "parcimônia" na escolha do método, visto que a informação sobre o risco de furto em estacionamentos poderia ter sido apresentada utilizando-se de outros métodos legítimos, porém, com certeza menos sensacionais. O delito flagrado pelas câmeras no cenário preparado pelos jornalistas - furtar moedas ou doces - não é um "caso de gravidade", um juiz de direito aplicaria o princípio da insignificância em todos os casos retratados pela reportagem. Ademais, se o flagrante foi preparado não houve crime, houve um "delito putativo por obra de um agente provocador". O flagrante preparado ou flagrante provocado - o estímulo de uma pessoa a outra para que esta pratique o ato típico de uma infração penal, com o intuito, porém, de surpreendê-la no momento da execução - é ilegal segundo a súmula no.145 do STF.
“não há crime quando o fato é preparado mediante provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar o flagrante (STF, RTJ, 98/136)."
O debate sobre câmeras escondidas, flagrantes preparados e ética jornalistica não é novo. Em 1997 nos EUA a rede de televisão ABC foi condenada a pagar mais de 5 milhões de dólares em danos por causa de uma reportagem do programa Primetime Live que supostamente revelava a presença de produtos estragados em uma corporação do ramo alimentício. A RTDNA (Radio Television Digital News Association) recomenda uma lista de seis critérios objetivos criados pela "Society of Professional Journalists" na análise da justificativa do uso de câmera escondida em uma reportagem. Para ser um ato justificável é preciso preencher todos os seis requisitos expressos. A reportagem do Jornal Hoje não preenche nenhum.
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros da Federação Nacional dos Jornalistas diz o seguinte:
Art. 6. É dever do jornalista:
VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão; (...)X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;
Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: (...)
II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;
Como não há crime na conduta dos manobristas retratados nos vídeos, e os jornalistas que prepararam o flagrante não podem ser considerados vítimas de subtração de coisa móvel, então as únicas vítimas acabam sendo os próprios manobristas. Vítimas de um golpe sensacionalista em busca de audiência, vítimas do que poderia ser considerado - em tese, pois não há lei de imprensa no Brasil - uma reportagem criminosa. No mínimo é uma conduta antiética pela visão do senso comum da sociedade e da comunidade profissional do jornalismo. E a identificação dos manobristas era uma informação irrelevante para o interesse público, poderia ter sido protegida pelos editores "pixelando" ou "esfumaçando" as faces dos envolvidos, mas os editores optaram por mostrar os rostos das vítimas de sua pegadinha séria com trilha de suspense.
Proteger o anonimato dos manobristas seria o respeito mínimo ao direito de imagem dos envolvidos, frente a natureza predatória dos métodos utilizados para colocá-los como objeto dos vídeos e pela irrelevância de sua identificação na comunicação da narrativa. Pouparia dezenas de cidadãos - não só os manobristas, mas sua família, seus colegas e amigos - de sofrimentos desnecessários para contar a história. Porém, nem a imagem e nem a honra dos manobristas foi protegida, apenas as identidades corporativas das empresas onde os supostos furtos aconteceram. Não é por acaso. Corporações poderiam arrancar milhões da Globo em processos por danos morais, manobristas pobres - e provavelmente agora desempregados e envergonhados - terão muito mais dificuldade de acionar o judiciário e numa terra sem lei de imprensa, devem se contentar com as moedas e chocolates que subtraíram na fatídica pegadinha. Torço para que os manobristas brasileiros sejam organizados o suficiente para procurar a reparação dos prejudicados pela reportagem irresponsável, que mancha toda uma categoria profissional.
Proteger o anonimato dos manobristas seria o respeito mínimo ao direito de imagem dos envolvidos, frente a natureza predatória dos métodos utilizados para colocá-los como objeto dos vídeos e pela irrelevância de sua identificação na comunicação da narrativa. Pouparia dezenas de cidadãos - não só os manobristas, mas sua família, seus colegas e amigos - de sofrimentos desnecessários para contar a história. Porém, nem a imagem e nem a honra dos manobristas foi protegida, apenas as identidades corporativas das empresas onde os supostos furtos aconteceram. Não é por acaso. Corporações poderiam arrancar milhões da Globo em processos por danos morais, manobristas pobres - e provavelmente agora desempregados e envergonhados - terão muito mais dificuldade de acionar o judiciário e numa terra sem lei de imprensa, devem se contentar com as moedas e chocolates que subtraíram na fatídica pegadinha. Torço para que os manobristas brasileiros sejam organizados o suficiente para procurar a reparação dos prejudicados pela reportagem irresponsável, que mancha toda uma categoria profissional.
E cuide-se, leitor, pois a próxima vítima pode ser você ou alguém de sua família ou círculo social. Com a reportagem dos manobristas e o anúncio da série Câmera do JH, a Globo deixa claro que não respeitará a imagem de ninguém, e não abdicará de métodos questionáveis para flagrar pequenos delitos cotidianos em vídeo. Os jornalistas, que escondem seus rostos ao som de música de suspense preparando seus flagrantes, para expor o rosto alheio em busca de um momento sensacional delituoso, parecem anunciar em tom de ameaça na página do projeto Câmera do JH: "A câmera do JH quer chegar bem pertinho de você" e "Fique ligado no Jornal Hoje, porque em 2012, o nosso foco está em você." Qualquer incauto pode ser o próximo vilão do Big Brother jornalístico da hora do almoço. E não estranhe se forem trabalhadores jovens e pobres induzidos a cometer pequenos delitos à serviço do espetáculo trágico, são as mesmas vítimas de sempre. A câmera escondida continuará sendo um "aparato tecnológico usado como 'muleta', pequenos instrumentos com poderosos recursos, que se voltam para retratar, na maioria das vezes, delitos banais, conseqüências, quando deveriam revelar causas."
O Código de Ética dos Jornalistas não é cumprido no Brasil. Os princípios editoriais da Globo não são cumpridos pela Globo. Não foram cumpridos nem na mesma edição do Jornal Nacional em que foram anunciados com pompa, no caso da merendeira acusada de colocar veneno em comida de escola, quando a repercussão de um vídeo viral do Blog do Mello inspirado num artigo do Roteiro de Cinema obrigou William Bonner a admitir o erro e culpar uma "falha de edição" pelo deslize. É sintomático que as vítimas dos deslizes éticos mais flagrantes da Globo sejam merendeiras e manobristas pobres. São a face mais desprotegida da sociedade.
Não há uma auto-regulamentação efetiva, nenhum ordenamento jurídico para proteger o indivíduo contra o abuso do imenso poder social dos veículos de comunicação. No legislativo está parado um projeto de lei do Senador Roberto Requião que regulamenta o direito de resposta e na gaveta do Ministro Paulo Bernardo adormece o projeto de marco regulatório das comunicações. É preciso urgentemente reabrir o debate sobre a regulamentação dos meios de comunicação de massa, sabotado pelas empresas de comunicação que gritam censura e sem nem cumprir suas próprias regras privadas tentam inibir qualquer discussão sobre regras públicas e balanceadas que visem preencher o vácuo jurídico deixado pela queda da velha e inconstitucional - segundo o STF - lei de imprensa. Uma legislação baseada na Constituição de 88, algo que proteja a liberdade de imprensa dos grandes conglomerados de mídia, as corporações privadas, mas que também nos proteja, meros cidadãos, dos abusos cometidos por elas. Alguém tem que vigiar o grande irmão que nos vigia. E vice-versa.
Fernando Marés de Souza
Algumas opiniões dos leitores que assistiram a matéria e compartilharam de minhas impressões na ocasião.
https://twitter.com/#!/DIVITTAOFFICIAL |
https://twitter.com/#!/blogsessao |
Anonymous não esquece e não perdoa:
Isso me lembrou aquele "Proteste Já", do CQC, em que eles colocaram um GPS numa televisão doada para a Secretaria de Educação de... não lembro a cidade. A funcionária disse que a TV iria para uma escola, mas levou o aparelho para casa. Tudo muito bonito, mas foi uma situação criada, irreal. Para mim, não vale como jornalismo. É outra coisa.
ResponderExcluirData venia, a alegação de que, em juízo, à conduta dos manobristas seria necessariamente aplicado o princípio da insignificância não procede. O manobrista ocupa uma posição de garantia, já que, como funcionário da empresa de estacionamento, executa a obrigação assumida por esta de guardar em segurança o veículo. Assim, se aproveita de sua posição, ocupada com intuito justamente oposto, para subtrair um bem ali deixado, o que seria suficiente para afastar a insignificância.
ResponderExcluirConcordo que houve erro na postura, mas sinceramente, não acho que os manobristas sejam uns 'coitados' desrespeitados.
ResponderExcluirTenham dó, se apropriar de coisas alheias é furto, independente de ser forjado ou não. Demonstra claramente a falta de caráter dos manobristas.
E acho ótimo que tenha sido assim, pois pelo menos por um tempo inibirá a ação dos outros.
@rchia
ResponderExcluir"Conceito
O princípio da insignificância é um preceito que reúne quatro condições essenciais para ser aplicado: a mínima ofensividade da conduta, a inexistência de periculosidade social do ato, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão provocada.
Em resumo, o conceito do princípio da insignificância é o de que a conduta praticada pelo agente atinge de forma tão ínfima o valor tutelado pela norma que não se justifica a repressão. Juridicamente, isso significa que não houve crime algum."
http://professormadeira.com/2011/03/11/insignificancia-e-o-stf/
@desabafo "não há crime quando o fato é preparado mediante provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar o flagrante"
ResponderExcluirEu assisti a reportagem e pensei exatamente isso, ainda estou no 1º ano de Direito mas lembrei que tinha lido algo sobre flagrante preparado, provas ilicitas e tal. Apesar de ser uma realidade os manobristas furtarem moedas, a reportagem teve uma total falta de ética!
ResponderExcluirNo CQC, seria motivo de aplauso. Na globo, é motivo de mimimi intelectual!
ResponderExcluirTá tudo muito bonito, está tudo nos livros de Direito que: juridicamente isso, juridicamente aquilo... queria ver se fossem vocês os lesados nessas ações CRIMINOSAS(no popular, quem pega algo que não é seu sem o consentimento do proprietário está roubando)iriam estar lembrando de Leis, Incisos, Parágrafos... ah, menos hipocrisia pessoal. Esqueçam seus I-Phones nos carros e voltem sem encontrá-los, quem vocês vão culpar?
ResponderExcluirTem q botar a cara mesmo... Bandido bom eh bandido morto e enterrado d cabeça pra baixo pra economizar espaço #bandidobomehbandidomorto
ResponderExcluirFlagrante preparado é quando o Estado induz o agente a cometer o crime. Isso é muito comum, e lícito, nos EUA, onde policiais femininas se oferecem a clientes e depois os prendem. No Brasil é vedado, pois o Estado seria o repressor e o partícipe, pois induziu ao crime e, no mesmo ato, o reprimiu.
ResponderExcluirMas deixar a carteira no seu carros não é indução, pois o carros é sua propriedade assim como sua carteira, sem contar que o manobrista está nele pq ofereceu um serviço, ou seja, ninguém induz um manobrista a entrar no seu carros que é deixado a cuidados, pois é o manobrista que se oferece em troca de dinheiro, o qual não pode ser o do seu porta-moedas...
Independentemente da a Tipicidade Material, a situação é um ilícito civil e um claro retrato da tragédia moral que abate o nosso país.
Por favor, parem de endeusar bandidos ! ! !
Por favor, então mostre o caminho para se fazer um reportagem que mostre esse problema. E pelo que eu ví, a reportagem é de interesse público sim, pois trata-se de um serviço pago. Ou seja, vc está comprando a segurança e não pedindo.
ResponderExcluirA "lei" mesmo, akela do papel so protege bandido, agressor, contraventor e deputado. Vai uma pessoa d bem se valer dela como eu ja precisei pra ver a dificuldade q é... E nao venham com conversinha pq eh isso mesmo!
ResponderExcluirPor favor! Parem com esse falso moralismo!
ResponderExcluirEu adoro criticar a Globo e meter o pau em tudo que ela faz, mas não vejo erro nenhum nessa reportagem!
Flagrante armado mi mi mi...
A matéria é um produto audiovisual utilizado para prender os manobristas ou demonstrar a atitude de alguns profissionais da classe em serviço?
Se "não serve como jornalismo" (que lindo), serve pra mostrar que estamos cercados de aproveitadores. Todo mundo pula quando a Globo entra num caminho que, teoricamente, não é o dela. Ah, o mundo cor-de-rosa de nossos magistrados ... as imagens deveriam é servir como prova pra mandar todos eles pra cadeia.
ResponderExcluirEsse episódio da Globo pode ser análogo ao da polícia descendo o cacete num funcionário que brigou com o patrão por causa de meses de salário atrasado.
ResponderExcluirEssa é a Globo descendo o cacete em gente pobre.
Engraçado que se esse tipo de coisa acontecesse, e ninguém fizesse nada, pessoas não exitariam em reclamar a qualquer autoridade.
ResponderExcluirMatéria ótima, esses manobristas são uma corja de folgados mal-educados no trânsito, se acham donos da rua. Isso sem falar quando não passeiam com seu carro, o trazem batido ou roubam o estepe. Já passei por todas estas situações. Isso devia ser proibido, cada um deveria estacionar seu carro. Só no Brasil as pessoas largam seus carros no meio da rua para os manobristas... não há multa e as pessoas acham normal. E país atrasado!
ResponderExcluirser honesto NUNCA FOI OU SERÁ OPCIONAL VC É OBRIGADO a ser honesto, opcional é dizer a todo mundo que ve bom dia, boa tarde, vc pode nao falar e ser mal educado mais SER HONESTO VC QUERENDO OU NAO É OBRIGATORIO!!!
ResponderExcluiré proibido a denuncia anonima, mas pelo interesse publico houve a necessidade de aceitar devido a incopetencia das autoridades, e milhares de denunciantes mortos... (FATO nao adianta espernear com papinho de lei)
É muito falar isso tudo, criticar a Globo por seu comportamento, mas o fato é que essas pessoas de fato pegaram o que não deviam. Independente de ser pequeno ou grande o valor, mexeram.
ResponderExcluirNão é crime por ser irrelevante pelo simples fato de que a Globo não colocou ali coisas de alto valor. E se tivesse colocado dinheiro grande ou jóias?
Já tive um carro cuja maçaneta apareceu quebrada após uso de um valet. E ninguém quis se responsabilizar.
A Globo peca, mas a reportagem mostrou algo que todos sempre se perguntaram.
Código penal, ética, lei disso, daquilo...
ResponderExcluirQuizz!!!!
Se eu fosse manobrista, sob as mesmas circunstância, eu:
Opções:
A ( ) pegaria/subtrairia/furtaria/roubaria os objetos/valores.
B ( ) apostaria corrida e daria VDO com o veículo.
C ( ) daria uma festa da carona no veículo.
D ( ) estacionaria na rua deliberadamente ao invés do estacionamento, só pra ver se a câmera do JH me flagraria.
E ( ) doaria moedas e doces, como ação de bom princípio, feliz 2012.
F ( ) todas as alternativas acima.
G ( ) nenhuma das alternativas acima.
participe do quizz e supreenda-se com o resultado!
"Mimimi a Globo fez mais uma reportagem desmascarando gente desonesta e agora vou xingar muito na blogosfera sem razão alguma."
ResponderExcluirSe somente se, a ação fosse cuidadosa ela alertaria o que pode acontecer, desta forma cumpriria sua função em alertar os motoristas para cuidados com seus pertences etc etc... Uma matéria dessa só serve para validar o que você escreveu: "Demonstra claramente a falta de caráter dos manobristas" Não, não demonstra, visto que não são todos os manobristas que utiliza desta prática. Ela só serve para expor a pessoa somente pra isso....Mostra o rosto não resolve o problema e nem minimiza ação...sejamos coerentes...
ResponderExcluirUma reportagem bem sem vergonha do ponto de vista jornalístico. Digna de se comparar a um Ratinho ou Cidade Alerta da vida causando "medinho" na classe média já amedrontada e desrespeitando a identidade dos autores dos "crimes" violentamente induzidos.
ResponderExcluirBom texto, Fernando! Voltarei mais vezes!
Creio que sua crítica é válida, mas vc está mudando o foco da questão, vc está usando o mesmo artifício que nossos políticos dão ao responder sobre algo indevido, por exemplo a não cassação da "Jaqueline Roriz", usando como justificativa o fato "ela foi filmada recebendo dinheiro quando não era deputada". Ética e honestidade se deve aplicar em qualquer segmento, qualquer cargo, pessoas com qualquer nível social e educação e isso não é uma qualidade, é uma obrigação, não há justificativas para o fato.
ResponderExcluir@Adriano Aquino
ResponderExcluirConcordo que "Ética e honestidade se deve aplicar em qualquer segmento", inclusive o jornalístico.
Transcrevo abaixo esses dois comentários por concordar em gênero, número e grau com eles:
ResponderExcluir"Concordo que houve erro na postura, mas sinceramente, não acho que os manobristas sejam uns 'coitados' desrespeitados.
Tenham dó, se apropriar de coisas alheias é furto, independente de ser forjado ou não. Demonstra claramente a falta de caráter dos manobristas.
E acho ótimo que tenha sido assim, pois pelo menos por um tempo inibirá a ação dos outros."
"Tá tudo muito bonito, está tudo nos livros de Direito que: juridicamente isso, juridicamente aquilo... queria ver se fossem vocês os lesados nessas ações CRIMINOSAS(no popular, quem pega algo que não é seu sem o consentimento do proprietário está roubando)iriam estar lembrando de Leis, Incisos, Parágrafos... ah, menos hipocrisia pessoal. Esqueçam seus I-Phones nos carros e voltem sem encontrá-los, quem vocês vão culpar?"
Pois é: esse mimimi todo de lei é muito bonito enquanto não é com vocês e seus iPhones nos seus carros bancados pelo papai. Ser honesto é OBRIGAÇÃO, não importa se a produção deixou no carro R$1 ou R$100 reais - não é seu, então não pegue, oras!
@ sem eira nem beira
ResponderExcluirSó no Brasil que as pessoas pensam que certas coisas só acontecem no Brasil...
Cara, não entendi, essa porra tá criticando o que a globo fez????????
ResponderExcluirQual é a de vocês, bando de babaca, tão defendendo bandido.
Foda-se se foi armado ou não se a globo fez de tudo pra que o dinheiro ficasse a vista e alguém pegasse, o cara roubou o dinheiro ... Não é dele, deixa aquela porra lá, cade uma merda de uma palavra chamada honestidade?
Agora é bonito ser bandido também? O filho da puta que me defende isso deve ser o mesmo filho da puta que me ouve funk, curte carnaval e acha que o brasil é lindo por ser o país das putas!
"não há crime quando o fato é preparado mediante provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar o flagrante"
ResponderExcluirPode não ser crime a partir desse argumento, mas a proposta não foi a de incriminar alguém, mas de mostrar como os manobristas agem. Ou seja, quando forem dirigir o seu carro, você estará sujeito a esse tipo de coisa caso deixe algo dentro dele.
Faltou ética a reportagem? Talvez... Mas o que dizer dos manobristas que se apropriaram do que não era deles?
@ Cid Costa Neto
ResponderExcluir"Faltou ética a reportagem? Talvez... Mas o que dizer dos manobristas que se apropriaram do que não era deles?"
Foram antiéticos, mas como diz o Society of Professional Journalists "os sujeitos das reportagens serem eles mesmos antiéticos não justifica o uso de câmeras escondidas:"
http://www.rtnda.org/pages/media_items/guidelines-for-hidden-cameras156.php
mas me fala aqui gnt a globo ja tocou neste assunto o ano passado nao foi? http://www.youtube.com/watch?v=WWgBcnkkXYU&feature=related
ResponderExcluirFalta ética é do dono do blog. É um cara frustrado. Por-quê vc não critíca a ética nos seus filmes ou dos filmes nacionais, quando eles só mostram puturia. Salvo o tropa de elite que remete a realidade do RJ. Esse cara se julga tão inteligente que esqueceu que o carro usado não era público, ou seja, o cara entrou no carro de alguém e pegou o que não lhe pertencia. Furtou e ainda cobrou pelo serviço. Mostrar isso para as pessoas com uma câmera escondida é crime? É anti ético? Isso não é de interesse público? Eu e meus amigos nos interssamos pelo assunto. Pra mim o cara que escreveu o artigo, deveria se candidatar a deputado, é um tremendo babaca. O resultado da reportagem é que justifica os meios. Ou seria melhor deixar como estava. Todos sabem o que acontece e ninguém faz nada.
ResponderExcluirEsses caras furtam de bombons a estepe do seu carro. E se vc não sabe, a falta de um estepe pode colocar sua vida em risco.
Cid Costa Neto:
ResponderExcluir"Faltou ética a reportagem? Talvez... Mas o que dizer dos manobristas que se apropriaram do que não era deles?"
Se não fosse uma situação "arranjada", o mais correto a ser feito seria levar as imagens PRIMEIRO aos donos das empresas onde os manobristas flagrados trabalham. Dependendo do caso (e dos interesses do usuário do carro), levar até a polícia também.
Aliás, se não fosse uma situação arranjada (se as câmeras fossem colocadas em diversos carros aleatórios, sem nenhum "arranjo" de isca), a Globo não conseguiria nem metade das imagens que obteve.
Eu ia só deixar um comentário de como gostei do post e dizer que nessa história toda a maior vítima é na verdade o espectador, mas os comentários falam por si só... Aqueles que não entenderam o que vc disse, Fernando, ou que estão defendo a Globo contra os supostos "bandidos", com certeza são fregueses dos jornais globais e exemplos vivos de seres humanos que perderam a capacidade de compreender um pensamento que não seja exposto da forma mastigada e vomitada da forma "didática" como essa emissora faz, que na realidade não passa de uma forma manipulada para ferir a inteligência das pessoas e transformá-las em vegetais seguidores de BBB!!
ResponderExcluirPeraí, acho que eu to ficando louco ou o mundo realmente está mudando. Como assim, tem gente ainda criticando essa reportagem? É extremamente revoltante ver como esses bandidos (sim, bandidos!) agem. Eu aqui, no maior sofrimento pra pagar um absurdo meu carro velho de mais de 10 anos de idade, nesse pais onde pagamos os mais altos impostos e os produtos mais caros do mundo, ainda tenho que pagar mais ainda pra deixar meu carro "seguro" porque não tenho segurança nenhuma de deixar na rua, e ainda vem esses safados p/ subtrair coisas do meu carro e ainda disputar racha, dar carona pros amiguinhos e estacionar em lugares que eu não precisaria pagar p/ estacionar! E o pior, tem gente criticando uma reportagem por mostrar a cara desses safados???!!!! Eu não entendo isso. É claro que aqui a gente se contenta com tudo que acontece em Brasília, afinal, se a maioria estivesse lá faria a mesma coisa. Um pais onde acha que furtar um pouquinho é normal, é sempre mais bonito ser o mais "esperto", furar a fila, andar no acostamento quando o trânsito está parado, ficar com um troco errado, tudo isso é normal, não me surpreendo com mais nada. Aqui todo mundo só olha p/ o próprio umbigo e sempre tenta levar a vantagem em tudo. O dinheiro não estava ali com uma plaquinha "Me roube!". O manobrista não tem nada do que sair fuçando no carro alheio, sua função é apenas estacionar o carro em segurança. Eu nunca pegaria, nem que fosse 10 centavos em uma montanha de moedas. Eu tenho meus princípios e valores. Não me importo se eu sou o babaca, mas é dessa forma que fui criado! Achei muito bem feito terem mostrado a cara desses vagabundos e ainda serem demitidos por justa causa. E como a reportagem disse, isso é a minoria (graças a Deus ainda os bons são a maioria). Aqui a gente tem muita burocracia e muito alarde para pouca coisa. Tem gente roubando a gente na cara dura todos os dias (Brasília), mas isso ninguém critica. Pena.
ResponderExcluir@ Djalma Junior
ResponderExcluirAlguém tinha me dito que a matéria era requentada, mas não tinha visto o vídeo, obrigado.
Me desculpe Fernando mas não vejo como "indução" o fato de se deixar objetos e valores a vista, já que se trata da "intimidade" do dono do carro e esta sim deve ser respeitada. A palavra "forjada" também me parece muito forte pois a grande maioria das pessoas deixam coisas com ou sem valores dentro dos automóveis e se espera, quando se deixa a "tutela" de seu automóvel à um manobrista que ele desempenhe o papel de "tutor". Quanto as câmeras, ahh, dá licença, se não fossem elas não saberíamos de dinheiro nas meias nem nas cuecas.
ResponderExcluir@ Pro M.
ResponderExcluir"a maior vítima é na verdade o espectador"
Perfeito. Eu deveria ter escrito isso no artigo.
@ gickzel
ResponderExcluirEu não usei a palavra "forjada". Usei flagrante preparado ou flagrante provocado, que são conceitos jurídicos.
O seu texto é chatinho e melodramático em muitos pontos. Não precisa fazer um ode ao "pobre manobrista" e demonizar a Globo. Seria muito mais contundente se você desse os fatos.
ResponderExcluirNo mais, correta a parte do flagrante preparado, da violação de direito à imgens e da possível querela por danos morais e materiais. Isso, se forem manobristas de fato: alguns deles me pareciam atores.
Já conhecemos bem a realidade dos manobristas em SP sem essa reportagem. Sabemos que é assim que as coisas acontecem. Os flagrantes preparados eram, neste caso, desnecessários. Mas... Não tiram a realidade da coisa.
Fernando, uma pena que, para determinados tipos de debates, nossa sociedade ainda não esteja pronta; para isso, falta-nos exatamente o mesmo que faltou aos manobristas exibidos na matéria sensacionalista: EDUCAÇÃO. Não a temos, alguns para debater, outros para respeitar os chocolates e moedas alheias... No final, em termos de educação e de maioridade no sentido kantiano, estamos todos no mesmíssimo nível, nós e os manobristas! Parabéns pela profundidade da matéria, pena que nem todos tenham equipamento e pulmões adequados para o mergulho!
ResponderExcluirObrigado Tânia.
ResponderExcluirPara mim o que vale é o seguinte, tem muito manobrista safado que a primeira coisa que faz no seu carro é ver se tem algo que o interessa para roubar, eu tive carregador de celular roubado, cd roubado e na última semana esqueci meu ipod no carrro, já elwes... pra mim nao interessa que foi ou não armado, se o cara é honesto ele não rouba o que não é dele... pra mim isso aqui é só mais uma forma de protestar contra a Globo, que faz sim suas merdas, mas o que está em questão é muito mais importante... minha opinião, obrigado.
ResponderExcluir@ Raphaella Reis
ResponderExcluirNas convenções de gênero narrativo - que afinal é minha arte - melodrama tem diversos sentidos mas "acabou se generalizando como um sinônimo de certo tipo de produção cultural que procura efeitos fáceis e conhecidos de envolvimento do público, com a utilização de fundos musicais que procuram induzir a platéia ao choro ou ao suspense, com um sentimentalismo exagerado."
Assim sendo, meu post pode até ser melodramático, mas então a reportagem do JN com sua trilha de suspense enquanto o produtor justiceiro arma o flagrante é muito mais.
Belo texto, meu tio.
ResponderExcluirOnde digo JN diogo JH, onde digo diogo digo digo...
ResponderExcluirValeu Sado, eu sabia (na verdade nem imaginava) que você iria gostar.
ResponderExcluirHá quem vai achar o máximo esse tipo de reportagem... Mas para esses casos temos que lançar, primeiramente, um olhar técnico do direito penal para chegar a conclusão de que não há crime (pelo princípio da insignificância e pelo flagrante preparado)... Mas, acima de tudo, lançar um olhar à luz dos princípios constitucionais, norte em nosso ordenamento jurídico... Fiquei indignada com esse jornalismo barato do jornal hoje...
ResponderExcluirEu também Flávia, por isso escrevi o artigo.
ResponderExcluirAcho engraçado essa conversa sobre etica.
ResponderExcluirSe o jornalista foi anti etico o que dizer do manobrista a quem pagaram 20 reais para colocar o carro no estacionamento e o mesmo estacionou o carro em uma rua sem nenhuma segurança?
Isso seria etico?
E se não fosse a camera escondida o gerente não teria devolvido o dinheiro, tanto q o manobrista chega a se irritar com o jornalista.
É muito bonitinho vc virem dizer que o jornalista é o fdp e que o manobrista é um coitado levado a cometer erros pelas armadilhas dos jornalista.
Mas e se fosse o SEU CARRO?
Os caras dão rolê com o carro de clientes que pagaram caro para que seus carros ficassem em segurança.
Acho que esta havendo uma seria inversão de valores aqui.
Como dizia meu avô:
"-Quem rouba 1 tostão, tb rouba 1 milhão basta ter a chance. Ladrão é ladrão!"
Oi Marcelo. Parabéns pelo seu post. Concordo com a Tania Mandarino. Infelizmente a maioria das pessoas aqui não têm condições de entender a profundidade do assunto. Inacreditável também o desrespeito com que elas expressam suas opiniões.
ResponderExcluirInteressante é que estas mesmas pessoas têm o dinheiro que pagam na forma de impostos utilizados dentro da lei para sustentar salários exorbitantes e mordomias absurdas de políticos e ninguém faz nada para mudar, mesmo com todas as denúncias apresentadas pela mídia.
Então eu pergunto, de que adianta escancarar a desonestidade quando os únicos que realmente sofrem as consequências são pobres coitados como estes da reportagem.
Um erro não justifica o outro mas eu acho que os brasileiros tem assuntos bem mais sérios do que este para se preocuparem.
Exatamente Márcio, a ocasião faz o ladrão. E Jeanine, o que eu quis questionar no meu comentário mais acima é que existem muitos outros grandes problemas a serem questionados no Brasil do que um simples reportagem. Mas não concordo quando vocês dizem sobre ética. Eu mesmo deixo moedas no console do meu carro, utilizo para pagar pedágio, estacionamento de shopping e flanelinhas, e sim, me faz muita falta se me roubarem isso. É totalmente revoltante. O post trata como se os "pobres" manobristas fosse coitadinhos que tem que ter sua imagem preservada. Pra mim bandido tem que ser mostrado a cara, nada de ficar com censura ou camiseta na cara, o fdp foi homem o suficiente pra cometer o delito mas não é homem p/ mostrar a cara? Não são crianças, sabem que o que estão fazendo de errado, aliás, até crianças sabem que isso é errado. Agora p/ todos os intelectuais que postam aqui com um discurso bonito, me desculpe se não tenho discernimento necessário para entender a essência da matéria, mas eu sou da área de exatas e me dou melhor com números do que com interpretações de leis, portanto eu pra mim o ato de subtrair materiais de outras pessoas é bem mais grave do que a falta de ética da emissora, se é que realmente houve.
ResponderExcluirVergonha esse JH de merda gastar um tempão desses no ar pra condenar ladrões de ''galinha'', na verdade ladrões de moedas e balas... Deviam gastar melhor o tempo pra denunciar as falcatruas desse governo que nunca roubou tanto na história desse país, e pegar os reis ''ladrões''.
ResponderExcluirVão-se as moedas, mas ficam os dedos.
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Digno de antologia.
ResponderExcluirÉ de lavar a alma quando eu esbarro com um artigo que gostaria de ter escrito.
Ao menos todos os suspeitos de conduta condenável do ponto de vista ético, legal e moral estão identificados. Uns, com o rosto, agindo ao volante. Outros, com os nomes lidos pelo apresentador no início da matéria, ou identificados com créditos ao longo da mesma. Por fim, os responsáveis, cujo nome aparece ao final do telejornal.
Com todo respeito ao autor do texto, mas o comentário do Arlan Ninke explica de forma bem técnica o caso. Não há flagrante preparado, embora eu concorde com o blogueiro que as condutas não são crime, em razão do P. da Insignificância. De qualquer forma, são reprováveis e ilícitos civis. Tipo de caso que deve ser resolvido em JEC, não pelo D. Penal.
ResponderExcluir"Flagrante preparado é quando o Estado induz o agente a cometer o crime. Isso é muito comum, e lícito, nos EUA, onde policiais femininas se oferecem a clientes e depois os prendem. No Brasil é vedado, pois o Estado seria o repressor e o partícipe, pois induziu ao crime e, no mesmo ato, o reprimiu.
Mas deixar a carteira no seu carros não é indução, pois o carros é sua propriedade assim como sua carteira, sem contar que o manobrista está nele pq ofereceu um serviço, ou seja, ninguém induz um manobrista a entrar no seu carros que é deixado a cuidados, pois é o manobrista que se oferece em troca de dinheiro, o qual não pode ser o do seu porta-moedas...
Independentemente da a Tipicidade Material, a situação é um ilícito civil e um claro retrato da tragédia moral que abate o nosso país."
É brincadeira. Um monte de hipócritas metidos a filósofos defendendo ladrões. É por isso que quando vagabundo seqüestra e estupra as mulheres e filhas deles,da suposta classe média "cult", não dá para ter pena. Tem que mostrar a identidade dessa cabada de ladrões sim. Os caras roubam e tem de ser "preservados". Tomem vergonha na cara e parem de contribuir com a impunidade nesse país.
ResponderExcluir@ Rafael,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
@ Bernardo,
ResponderExcluirAcredito ser sim um flagrante preparado. A outra opção seria um flagrante esperado, o que não acredito que seja o caso. Mas isso não muda muito as coisas na questão central do artigo. Valeu o comentário
Jorge Nunes Filho
ResponderExcluir"Um monte de hipócritas metidos a filósofos defendendo ladrões"
Eu não defendo ninguém aqui, amigos, eu acuso...
Eu costumava deixar algumas moedas no porta-copos do carro para pagar pedágios e diversas vezes percebi falta delas após deixar o carro com manobristas de bares e restaurantes de SP. Quer dizer que eu induzi-los a me roubar? Que isso não é crime?
ResponderExcluirEu não sou defensor da TV Globo, não gosto desse sensacionalismo (apesar de ser bem menor do que outras emissoras) e acho que cometeram um erro ao não proteger o anonimato dos manobristas. Mas defender os manobristas, dizendo que não cometeram um crime, e sim foram prejudicados pela reportagem, é o cumulo.
Sabemos que a maioria dos Vallets existem ilegalmente. Estacionam o carro na rua, em locais sem segurança alguma. Roubam bens, como GPS, oculos, dinheiro, e até mesmo estepes. O que precisa existir é fiscalização e punição. O ladrão que rouba 5 reais em moedas e fica impune, certamente vai continuar roubando, e pode ficar cada vez mais tentado a aumentar os seus ganhos. E é incrível como tem pessoas que defendem isso, como o blogueiro.
É incrível. Uma boa reflexão. Eles dizem que ficaram revoltados, mas de maneira hipócrita, se fizéssemos uma câmera escondida mostrando o trabalho dos jornalistas veríamos que há muitas irregularidades nesse tipo de trabalho também. Só que se fizéssemos estaríamos atentando contra a liberdade de imprensa. Então, pra mim, quanto mais liberdade de imprensa, menos é a liberdade de expressão do cidadão comum. Logo, devemos sim fiscalizar a imprensa e impedir certos abusos. Regular a mídia é uma forma de assegurar a liberdade do cidadão.
ResponderExcluir@touchbit
ResponderExcluirO blogueiro não defende ninguém, ele acusa.
Eu assisti à reportagem e, bem, não sou o maior fã da câmera escondida, mas não me pareceu algo com intenções meramente sensacionalistas. Este texto, parece-me, tem sérias falhas argumentativas. Por exemplo, ali diz: "faltou 'parcimônia' na escolha do método, visto que a informação sobre o risco de furto em estacionamentos poderia ter sido apresentada utilizando-se de outros métodos legítimos", mas não deu um exemplo de que método poderia ser utilizado. Não acho também que os manobristas foram induzidos ao delito, como defende o texto. Com base no que vi na reportagem, eles faziam com os carros dos produtores o que faziam com os outros. E também não sei se os roubos de balas ou de uns trocados nos carros mostrados são "insignificantes". Como cidadão, se entregasse meu carro na mão dum desses caras, não ia querer que mexessem em nada, e não acho certo se mexem.
ResponderExcluirMe desculpa Fernando, você diz não defender, mas pelo que eu entendo do texto você diz que os manobristas são apenas vítimas e foram induzidos a cometer pequenos delitos. Para mim você está de uma certa forma defendendo sim esses delinquentes. Eu não entendo como você, sendo uma pessoa inteligente como acho que é, achar totalmente normal cometer "pequenos delitos" como esses furtos. Você não tem direito de pegar nada de ninguém, nem que seja 1 centavo, assim como você não tem o direito de dirigir bêbado, assim como você não tem o direito de atravessar fora da faixa, assim como você não tem o direito de brigar em estádio de futebol. São esses pequenos delitos que torna nossa sociedade essa porcaria que é hoje. O que precisa mudar é a nossa cultura de que achar que levar vantagem em tudo é ser o esperto. Você pode falar que a reportagem agiu de má fé, falar que a Rede Globo e todos os outros meio de comunicação faltam com a ética e são sensacionalista, mas por favor, não trate esses bandidos como os coitadinhos da história como você sugere no post (pelo menos é essa a impressão que eu tenho ao ler o post).
ResponderExcluirpra mim isso é blá blá, como dizia Maquiavel: "os fins justificam os meios." isso nada mais é do que um problema de opinião, o que é errado pra um parte da sociedade não é pra outra. O que mais me intriga é que mesmo assim, o nosso caro reclamante continua assitindo a TV Glóbulo; então se não gosta do jeito hipócrita e globalizado de fazer televisão, vá assistir o "domingo espetacular" ou quem sabe o "brasil urgente". Pffff, cresce! (Y)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBasta assistir para saber que ética foi preocupação inexistente na confecção da reportagem. É ofensiva não só aos manobristas, aqueles flagrados e à categoria como um todo, mas também às pessoas de sensibilidade. Aos que se indignam por seus pertences subtraídos dos bancos do carro, espero que tenham as mesma indignação com a subtração dos bancos em suas contas-correntes (ah, mas essas são legalizadas).
ResponderExcluirÀs pessoas que dizem que o "Princípio da Insignificância" seria atribuído a esses casos, gostaria de tirar uma dúvida então. Não sou aluno de direito, e sei pouco a respeito da aplicação das leis, portanto a dúvida tem caráter apenas de conhecimento.
ResponderExcluirAté entendo que, nesses casos, o valor ali perdido é insignificante, contudo, esse mesmo princípio pode ser aplicado a alguém que, numa situação hipotética, iria a algum supermercado, por exemplo, e tentaria sair de lá com uma unidade qualquer de uma fruta, ou alguma comida sem ter pago (o que, pra mim, é furto) que, para a loja em questão o valor perdido é muito pequeno em relação ao lucro que essa loja obtém? Qual a diferença desse caso pro que foi mostrado na reportagem? Apenas por que a loja estaria perdendo dinheiro com isso?
Douglas, melhor seria perguntar para seus professores, não saberia dizer a diferença entre os casos.
ResponderExcluirRecomendo a leitura deste texto do STF: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=173584
O texto já foi suficiente para sanar minhas dúvidas a respeito, obrigado Fernando.
ResponderExcluirNão se deve confundir alhos com bugalhos. A reportagem falha ao não proteger a identidade dos manobristas, ao não deixar claro que trata-se apenas de um alerta, e que não se deve, no entanto, tomar a parte (aqueles manobristas) pelo todo (a classe total dos manobristas).
ResponderExcluirDe quelaquer forma, isto não retira a gravidade da denúncia. Roubo é roubo, não importa se for de um banco, de um carro, ou apenas de uma bala. Retirar do caso seu aspecto moral é passar adiante um discurso mecânico, sem compromisso com os valores morais, preocupado mais com as regras formais do que com a verdadeira dignidade humana. É relativizando o roubo de uma simples bala que homologamos os "pequenos" desvios de verba dos políticos. Afinal, se "a ocasião é que faz o ladrão!", que culpa eles têm de só levarem milhões? Seriam balas, se eles lidassem com balas. Mas como só lidam com grandes verbas...
Rodrigo, acho que você que confunde alhos com bugalhos. Em nenhum momento discuto a moralidade do ato dos manobristas. Discuto a moralidade do ato da emissora.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"pelo que eu entendo do texto você diz que os manobristas são apenas vítimas e foram induzidos a cometer pequenos delitos. Para mim você está de uma certa forma defendendo sim esses delinquentes. Eu não entendo como você, sendo uma pessoa inteligente como acho que é, achar totalmente normal cometer "pequenos delitos" como esses furtos." - Denis
ResponderExcluirSão vítimas sim, o que não quer dizer que não praticaram atos incorretos, ou imorais - mas destaco o fato que NÃO cometeram atos ilegais. Não digo que são "apenas vítimas", e sim que são as "únicas vítimas" do caso. Não defendo o ato dos manobristas como "normal", mas sim destaco que do ponto de vista jurídico os manobristas não cometeram crime - por causa do flagrante preparado e do princípio da insignificância.
O intuito do artigo é denunciar a prática do flagrante preparado como ferramenta jornalística e incitar o debate sobre a questão.
Obrigado pelo "pessoa inteligente".
Olá. Minha opinião é um pouco contrária a sua.Não acho que deixar uma quantidade grande de moedas seja indução.No meu carro mesmo, sempre há moedas em grande quantidade para parquímetros da cidade, não é irreal.O que faço agora é deixá-los em uma pequena bolsa, assim a levo comigo ao estacionar.Não vejo problema na exposição dos "coitadinhos", deviam ter vergonha de se apropriar de bens alheios, e de delito "insignificante" passam a pegar objetos de maior valor, como meus óculos que estavam no porta luvas e os estepes de vários conhecidos.É insignificante por se tratar de moedas? E se fosse uma nota esquecida?
ResponderExcluirQuem não anda com moedas no carro? Quem não deixa coisas até de maior valor em seu porta-malas? E roubo é roubo. Querer inocentar flanelinhas para mim, é hipocrisia. Vejamos quando roubarem algo do seu carro.
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